sábado, 30 de abril de 2022

Rasputin, o monge milagroso da Rússia

 

Rasputin- O monge milagroso da Rússia






Em meio a atenção dada aos russos, a guerra e a Ucrânia, surge das cinzas a lembrança de um mito popular chamado Grigori Rasputin, um místico russo que esteve junto a família de governantes, Czares, e que foi morto por uma conspiração, mas que era resistente a ser assassinado, ter o corpo fechado, além de dons de curas e manipulação de mentes. Não é de ontem que os políticos ou líderes religiosos manipulam mentes e enganam o povo ou a governo.  Rasputin abandonou os estudos de monge, e tem quem diga que era aldeão e analfabeto. Mas seu contato com os governantes era tão forte, após ter curado um menino com hemofilia, da família de czares, que teve papel importante e muita influência nesse governo russo, antes da revolução. Rasputin, desde criança tinha a fama de ter dons de cura e hipnose. Chega um momento que acaba por dizer que teria avistado a Virgem Maria. Ainda participava de um grupo secreto ou sociedade secreta que unia espiritualidade e sexualidade, o que demonstrava ainda mais a confusão envolta nesse místico controvertido. Depois trava uma luta com outro místico francês, Gèrard Encausse, e este último falava do perigo que Rasputin era para a Rússia, e ainda que estaria arruinada quando ligada a esse que retratava todos os vícios. Pelo poder que tinha junto a Czarina, muitos o odiavam.

 

Então, certa conspiração armou a morte de Rasputin, e este já havia antes sobrevivido noutra oportunidade a facadas. Nessa ocasião posterior, o envenenariam, mas isso após o convidar por mulheres, e este “santo” era um tanto mulherengo, além de vinho e doces. Bebeu vinho envenenado, mais de 6 taças, e não teve efeito nenhum do veneno, além de comer doces envenenados. O homem tinha o que se chama de corpo fechado. Ele estava tão bem, mesmo envenenado, que andava, queria ir a uma festa de ciganos. No meio disso tudo, os conspiradores o mataram a tiros, e ainda cortaram algum membro e amarraram suas mãos e pés. Jogaram assim em um congelante rio, o corpo. Depois encontraram o corpo do milagroso, mas com as mãos desamarradas, e constataram que não havia morrido por tiros ou veneno, mas pelo frio, hipotermia, e afogado. Na Rússia, como já falei, há uma especial atenção pela Igreja ortodoxa, e a essa que se pode ligar o povo russo. Também se fala de uma Divina Rússia, de um povo especial. Rasputin não era muito fiel a Igreja, mas pertencia a seita secreta e tinha costumes não muito santos. Porém, sua união com o governo russo e ainda sua fama popular, fizeram dele um mito, senão o maior do século 20, no campo do oculto.

 

O mundo sempre teve esses supostos e falsos “messias”, salvadores, mesmo charlatões, e no campo místico isso ganha mais força, uma vez que ninguém explica, ainda mais se misturar com o paranormal, campo que hoje estuda a parapsicologia. Governantes, sacerdotes, pastores, militares, santos etc, sempre acabam atraindo o popular, em especial os pobres e doentes, que na necessidade buscam uma cura ou melhora nesses messias e enviados, que geralmente são malucos que têm o ego inflado e manipulam pelo magnetismo e palavras enganadoras. Hoje existe muito que se assemelha a Rasputin, mesmo em governo ou igrejas atuais. A história ensina a não se repetir os erros.

Mariano Soltys

sexta-feira, 22 de abril de 2022

O Pensamento Russo Oculto

 O pensamento russo oculto, antes da guerra







Tristemente observamos muitas vidas perdidas em uma guerra. A história já deu lições catastróficas de modo a não se desejar jamais que a guerra volte. No caso da Rússia, bem como da Ucrânia, se percebe uma repetição de padrões e de desculpas. Lutas por um mundo melhor, por liberdade, por igualdade, e muitas outras desculpas acabam sacrificando a vida de soldados e civis. As ideologias que rondavam na Rússia não eram o que se comumente pensa, e estão mais alinhadas a um pensamento conservador, e pasme, cristão. Sim, cristão. Putin em diversos discursos luta no que para ele é uma missão messiânica, de uma Katechon, alguém que luta contra a besta do Apocalipse, que vê nos EUA. Os Russos pensam no sentido de que são cristãos lutando contra o niilismo de uma Nova Ordem Mundial, americana. O cristianismo que por lá existe é o ortodoxo, que para alguns autores forma uma terceira Roma, depois de Constantinopla, que seria a segunda Roma. Putin seria para ele, um messias. Se verdadeiro ou falso, fica a dúvida. Desejam construir uma Eurásia.






Putin se via como alguém que redimiria a alma da Europa. Tudo isso por causa de identidade cultural, que como conservador, veria estar se perdendo frente à cultura americana, desviando jovens, seja pelo jazz americano no passado, seja pelo hip hop em tempos mais recentes, rejeição de identidade sexual. Também surgiram diversas associações de jovens na Rússia, para buscar preservar essa cultura. A Rússia como um eterno mártir. O homem messiânico encarnado no russo. Vê o moderno como decadente e apartado de Deus, o que vem dos EUA. A guerra então estaria envolta de uma metafísica da guerra. Essa luta russa contra a mudança da Europa, contra uma nova ordem mundial. Não é estranho que conservadores como Trump teriam trocas com Putin, e o discurso não é muito diferente, uma vez que Trump usava uma Bíblia embaixo do braço. Veem os EUA como algo antigo e já superado, uma escória. Há em contrário a isso uma Rússia um tanto messiânica, um tanto salvadora, segundo eles. Teóricos mais alternativos como Spengler, Bolton, Schubart e outros mostram essa Rússia um tanto desconhecida. Um bolchevismo expurgado de marxismo. Uma guerra intercultural. O prussianismo não transcendeu o capitalismo. Outra crítica que fazem é que os EUA misturam o puritanismo e o deísmo, de modo a usar de comércio da fé, de ter uma visão não tradicional da religião. Estranho que justamente Trotsky foi um agente inglês-americano, o que ainda acusam.





Por fim, a guerra é injustificada, sendo um sacrifício humano quase ritualístico. Não há desculpa justificável para se preservar uma tradição cultural, quando se desrespeita direitos humanos e se comete crimes contra a humanidade e genocídio. Civis russos e ucranianos estão morrendo frente essa guerra injustificada. O interesse parece oculto, ou seja, uma re-divisão do mercado comercial. A Santa Mãe Rússia nega a sua identidade cristã, quando opta pela guerra. Apesar de terem ressurgido as igrejas ortodoxas com Stalin, fato é que os grupos ainda trocam ligações com grupos islâmicos, e ainda parece que por trás dessa guerra há interesses econômicos, e um pouco de se querer manter a velha fama da união soviética.

Mariano Soltys

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Tiradentes: uma suposta independência e patriotismo

 Tiradentes: 

Uma suposta independência e patriotismo

 






O Brasil era uma colônia de Portugal, como todos sabemos, e uma colônia de exploração. Também fomos um dos últimos países da América a abandonarmos a escravidão. Fomos produtores de cana de açúcar, fornecedores de ouro, pagávamos um imposto chamado de “quinto”, que era pago com 1/5 de nosso ouro em pó, além de outras situações, como o Pau Brasil e demais riquezas que nos eram levadas. Portugal era um império, e ao lado de Espanha, que mais que a Espanha que conhecemos, Inglaterra, Holanda, e estava com grande papel no chamado Novo Mundo. Naquele tempo, havia D. Pedro, na nossa versão de Monarquia, um farrista que não se interessava por política, mas antes por cavalos, touros, modinhas e damas, este simplório e bonachão. Chega enfim um momento que diversos países se voltam para a independência, um tanto movimentados com ideais de liberalismo, filosofia de liberdade de comércio, de igualdade perante a lei, liberdade de culto e outras situações. Fatos como a Confederação do Equador, bem como uma revolta em Pernambuco, além de rebelião na província Cisplatina, e a guerra mesmo, e por D Pedro ter perdido trono para irmã mais velha, Maria II em Portugal, e pela perda de Cisplatina, que virou Uruguai, e mesmo pelos escândalos amorosos de D Pedro, abdicação ao filho menor, D Pedro II, tudo isso resultou depois na independência, onde houve a guerra da independência, com a expulsão de exército português de Pernambuco. No Ipiranga então houve o grito da independência, com o famoso “fico”, e o grito de independência, de “Independência ou Morte”. Mas mesmo independente, o Brasil pagou uma indenização a Portugal, pelo Tratado da Amizade e Aliança. Lá em Portugal o nosso governante era antes motivo de chacota, bem como havia um espírito de independência no mundo. Daí surge o império do Brasil. 





Isso é comemorado todo o 7 de Setembro, com muito patriotismo. Ocorre que atualmente esse patriotismo é usado por movimento político, em vez de identificar a nação brasileira. Também, como disse o escritor Balzac, existe duas histórias, a de mentira, e a verdadeira, que é secreta. Parecendo algo popular ou patriótico, na verdade D Pedro estava entre grupos de elite e confrarias que estavam nos bastidores dessa independência, em duas facções, a de Gonçalves Lêdo e a de José Bonifácio. Os iluminados que na verdade encabeçavam a independência, a proclamação da república, e mesmo heróis nacionais, como o nosso Tiradentes, que teria sido visto por Portugal, após sua morte, ou mesmo com túmulo na Argentina. Vários nomes de influentes podem se dar nesse caminho, como José Clemente, Soares Lisboa, Januário da Cunha Barbosa, e por outro lado os Andrada, José Joaquin da Rocha, Carneiro Leão, Azevedo Coutinho, ao lado de D Pedro. Nomes secretos de D. Pedro, como Guatimozin e mesmo Arconte-Rei, que talvez da população passasse longe. E já antes, em dia 20 de agosto já estava decidida a independência em atas de confrarias. Os dois grupos interessados eram de republicanos e monarquistas, e o povo assim como hoje, apenas recebe em manada o resultado. Hoje um se diz de esquerda, outro de direita, e vemos um vai e vem de governos que pouco resultam na vida do povo mais humilde, do patriota e mesmo de qualquer um que pise nesse país, ou outro. 

Tiradentes, também o suposto herói nacional, teria assim segundo história secreta, fugido para a Argentina e no seu lugar teria ficado um simples homem, que morreu e foi esquartejado. Isso sem contar outras conspirações envolvendo o herói que ficava, além do simbolismo restante em sua vida e homenagem. O patriotismo teria vindo importado de organizações e confrarias internacionais, a fim de favorecer a proclamação da república e da independência. Também a aparência do herói não combinasse talvez com a sua real, uma vez que não teria cabelos compridos ou barba. Além de ter outras profissões. 






Quando se triangular esse aspecto, ao estilo de Hegel, em dialética, se poderá perceber que nem um lado e nem outro são tão vantajosos, apesar da esquerda ser mais vantajosa ao pobre. São grupos de elites, grandes corporações, etc, bastidores que escolhem quem governa. O povo se veste enganado de patriota, e acredita numa independência, que na verdade trocou por outras dependências, como bancos internacionais, imperialismo americano, trocas comerciais etc, dívidas. A dependência continua. Bom é ser brasileiro mesmo assim, e marchar sem política nesse 7 de setembro, apenas pelo Brasil, na independência que apenas se acha no conhecimento.

Mariano Soltys