sábado, 7 de setembro de 2024

A independência do Brasil e hino nas escolas

 

A independência do Brasil e hino nas escolas




  • Nessa semana tivemos a alegria de diariamente ver cantado o hino nacional, de modo que os jovens nesse momento patriótico deixaram-se levar pelo espírito da nação. Colônia que fomos, de uma Portugal que era mais que motivo de piadas modernas, mas um verdadeiro império que nos legou nobre espírito, nesse país que se torna Brasil, antes Brasil de ser Brasil, mas o terceiro império, do Espírito Santo, país do futuro. Mas motiva a disciplina do canto do hino, a admiração da bandeira, os trabalhos escolares envoltos na temática patriótica, desenhos das armas nacionais, brasão, desfile cívico, reflexões históricas sobre a independência.




  • A independência tem belos relatos, e hoje ouvi um na rádio paranaense que escuto, de Curitiba. Era aquele relato clichê, do Dom Pedro, com fatídico grito do Ipiranga. Basta olhar lá na praça do Ipiranga, para ver a verdade de quem fez realmente a “independência”, na estátua representada, com o traje característico da fraternidade. No espírito iluminista, bem como positivista, o Brasil toma um rumo um tanto progressista, se volta demais à ciência, esquece a religião, e se afasta de Portugal, do porto do santo Graal.

  • No segredo o dia do fico, independência e tudo mais já estava decidido antes, não pelo povo, mas por um certo povo da elite. Dom Pedro Guatimozim estaria responsável por isso, não sozinho, mas na egrégora da fraternidade. Nessa aura, já também com a luz de pensamento filosófico do progresso, restando num império da moda, ao estilo Napoleão, depois para um modo republicano, com o pensamento de Auguste Comte, que nos trás a frase na bandeira, “Ordem e Progresso”, resumo de uma maior, que seria “o amor por princípio, a ordem como base e o progresso como objetivo”. O povo brasileiro mal sabe quem foi Comte, esse espírito que mais brilhou nos intelectuais brasileiros, que em outras nações.




  • A bandeira da república provisória seria semelhante a dos EUA, só que verde e amarela, depois surgindo a bandeira imperial, já parecida com a nossa atual. Na nossa bandeira existe muita ciência, e um retrato astronômico das constelações, estrelas, representando os 26 estados de nossa nação. E a estrela solitária ao alto é a do estado do Pará, apesar de muitos pensarem ser o Distrito Federal. As cores da bandeira seriam mais ligadas a Portugal, apesar de outros significados surgirem posteriormente. Mas veremos nesse 7 de Setembro, novamente a beleza da bandeira, do Hino Nacional, de autoria de Dom Pedro, e ainda a marcha sempre viva de todos que partilham desse nobre dia. Mas foram mesmo alguns cristãos-novos, que também colaboraram com a independência. Mas tiveram microindependências, e a revolta revoava o Brasil antes do 7 de Setembro. Os neófitos planejavam a independência, e assim ocorreu. Nasce o nosso Brasil como nação independente, apesar de ter de pagar a conta ainda a Portugal. E com governo militar isso foi mais comemorado e relembrado. Que o hino nas escolas permaneça, mas por verdadeiro patriotismo, não por autoritarismo.


Mariano Soltys, historiador e advogado

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

A Proclamação da República e o hype militar

 

A Proclamação da República e o hype militar






Passamos nessa quarta pelo feriado referente a Proclamação da República, de modo que comemoramos esse dia em relação a esse fato, que segundo alguns historiadores teria sido um golpe militar republicano. De qualquer modo, o Brasil na época passava por algum questionamento político e assim se exilou o D. Pedro II, bem como havia se passado pela guerra do Paraguai, que resultou em grande fato histórico, também chamada da guerra da tríplice aliança. Mas hoje ao se presenciar um jovem em plano de uma carreira exitosa, aconselhar a carreira militar é uma boa pedida. Quem está no Exército, está bem, ainda mais quando já entra oficial. República significa res publica, ou coisa pública, levando que nós cidadãos somos donos da coisa pública.





O povo sempre mostrou uma certa admiração exagerada pela situação militar, e mesmo recentemente buscou um governo mais militarizado. Com os “vultos nacionais”, começando possivelmente pela República e Deodoro da Fonseca, dentre outros, os heróis foram construídos e mantidos em datas comemorativas, nomes de ruas, dentre outras homenagens. Na verdade, a república já era buscada nas revoltas regionais que levaram para a Independência, como no nordeste, Pernambuco, na Inconfidência Mineira e mesmo na Revolução Farroupilha, mais ao sul do Brasil. Não era tão novidade. Já somava o iluminismo e o positivismo, que eram correntes filosóficas mais progressistas, em oposição a religião, ou mesmo a escolástica. Com isso o pensamento militar conversava, chegando a algum historiador se referir que sempre governaram o Brasil. Isso foi mais ainda perpetuado nas disciplinas de escolas, como nos Estudos Sociais, bem como na Educação Moral e Cívica, em que os heróis militares e fatos não tão realistas eram estudados em escolas, a fim de sempre firmar a qualidade militar, que governaria até anos 80. O positivismo para quem não lembra, foi uma filosofia de Auguste Comte, a que defendia uma espécie de evolução histórica para a ciência, ficando a religião para o passado, sem importância. Apesar que o positivismo tem a igreja positivista. Já o iluminismo veio todo alimentado da Revolução Francesa, bem como da influência dos EUA, a que também o país demonstrou sempre uma busca pela luz da razão, talvez mais presente na estátua da liberdade, por aqui igualmente influente até hoje, em loja de atacado famosa regional.]





Na verdade os militares foram infiltrados ou dominados por sociedades secretas, a que daí se levam a independência, e depois a proclamação da república, que não foi um movimento popular, mas sim de militares, bacharéis, intelectuais etc. Um desses grupos secretos é citado pelos historiadores como a Bucha, a que veio de influência de fraternidades alemães (burschenschaft), que hoje ainda também existe versão semelhante nos EUA, as fraternidades universitárias, com letras gregas ou como a Skull, de onde vieram presidentes como Bush e outros, e que por aqui surgiram também vários presidentes da fraternidade equivalente, brasileira. Sobre alguns desses grupos comentei no meu livro Sociedades Secretas Desconhecidas. O “povo” que fez a Proclamação da República era desses grupos. No Brasil esse poder veio de bacharéis de Direito, de médicos e outros, além dos militares. Mas hoje a carreira a se indicar para a juventude, é a militar, haja vista grande perspectiva de progresso financeiro e reconhecimento social, respeito do povo e abertura de portas.



A independência do Brasil e hino nas escolas

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